GÊMEOS

Fonte da imagem: uol

                 As gestações múltiplas têm uma grande importância médica, isto, em sua maioria, devido ao risco maior quando comparado a uma gestação única, sendo o risco diretamente proporcional ao número de fetos; além de atiçar a curiosidade de quase todas pessoas. Para que se possa entender o desenvolvimento de gêmeos é preciso ter em mente o processo de fecundação.


Fecundação

              Após a ejaculação, os espermatozoides, geralmente, encontram o óvulo na ampola da tuba uterina. Ao encontrá-lo vários espermatozoides começam a penetrá-lo através da liberação das enzimas presentes no acrossoma que agem na corona radiata, abrindo caminho. Ao penetrarem ativamente pela corona, chegam em outra barreira, a zona pelúcida, que também sofre ação de enzimas acrossômicas, o primeiro espermatozoide a penetrar através dessa, desencadeia uma reação zonal que modifica as propriedades físicas da zona pelúcida impedido a penetração de mais de um espermatozoide. Este funde sua membrana plasmática com a do óvulo, dessa forma, pouco tempo depois, ocorre a agregação dos cromossomos de ambas as células germinativas, gerando uma célula diploide (46 cromossomos), o zigoto. Este, inicia a clivagem (divisões mitóticas), as células passam a ser chamadas de blastômeros. Ao atingir o número de 12 a 32 blastômeros, esse aglomerado de células é chamado de mórula, que por sua vez, ao alcançar o útero, atingi o estado de blastocisto que se implanta na parede uterina (endométrio).



                Convém salientar, apesar de quase sempre um espermatozoide fecundar o óvulo, sendo os outros impedidos pela zona pelúcida modificada por reação zonal, há casos de dispermia, ou seja, que mais de um espermatozoide fecunda o óvulo, gerando um concepto com triploidia (69 cromossomos) que usualmente é abortado espontaneamente e em raríssimos casos quando vem a nascer, vivem poucos segundos.


Gêmeos Dizigóticos

                 Gêmeos dizigóticos (DZ), ou seja, gêmeos que se originam de dois zigotos, são formados a partir de dois espermatozoides e dois óvulos, trata-se do tipo mais comum de gêmeos, correspondendo a 2/3 do total. Essa ovulação dupla aumenta com a idade materna, dessa maneira, a chance de gerar gêmeos DZ aumenta progressivamente com o passar do tempo. Esse tipo de gêmeos não são geneticamente semelhantes e nem mais que outros irmãos nascidos em épocas diferentes.
             Por se tratarem de 2 óvulos diferentes, fecundados por espermatozoides também diferentes, em raríssimos casos, quando a gestante teve parceiros diferentes em um espaço de tempo muito curto, é possível que nasça gêmeos DZ de pais diferentes.


Gêmeos Monozigóticos

          Os gêmeos monozigóticos (MZ) são idênticos no sexo, quase idênticos geneticamente (não são 100% idênticos, devido a variantes do número de cópia (ou CNVs, na sigla em inglês), isto, provavelmente, ocorre pela exposição a fatores ambientais diferentes durante as mitoses, que é quando os cromossomos estão mais expostos) e muito semelhantes no aspecto físico. A semelhança genética tende a diminuir com o passar dos anos, visto a exposição a fatores ambientais. Essas características se dão pelo fato de terem sido formados pela mesma célula, ou seja, pelo mesmo zigoto. Voltando na fecundação, quando se atingi a fase de blastocisto, geralmente, nesta ocorre a divisão em 2 conceptos, que compartilham a mesma placenta. Contudo, apesar de rara, pode ocorrer uma separação precoce, ou seja, antes do estado de blastocisto, dessa forma, ambos terão placentas diferentes, podendo estar fundidas ou não. Nestes casos é impossível diferencia gêmeos DZ e MZ apenas pelas membranas.


        Apesar dos gêmeos MZ serem quase idênticos geneticamente, fisicamente apresentam algumas diferenças, como no formato do rosto, entre outras desencadeadas por fatores ambientais, até mesmo no próprio útero. A principal diferença são as digitais, estás sempre serão diferentes (existe uma chance quase nula delas serem iguais) até mesmo em gêmeos MZ, pelo fato de sofrerem ação do ambiente intrauterino e os fetos estarem posições diferentes, propiciando contatos diferentes, sendo, por isto, exaltada por muitos criminalistas como melhor que um exame de DNA. Contudo, estuda-se o possível uso das CNVs para diferenciar esses gêmeos, mas até lá, os papiloscopistas estão com a razão.